domingo, 19 de setembro de 2010

REGULAMENTO IMBECIL TUTELA O DESASTRE.

É simplesmente desolador quando encontramos situações como esta. Caminhamos pelo novo município de Extrema de Rondônia, conversando com proprietários, produtores e empresários, verificando formas para construção de um PDLS – Plano para Desenvolvimento Local Sustentável, que será inevitável para a região da Ponta do Abunã. Um projeto integrado que envolva a sociedade civil juntamente com todas as esferas de governo reformulando a economia revitalizando o aspecto social.

Neste período deparamos com situações diversas, que vão da degradação ambiental por força da extração mineral e vegetal, passando pela falta de planejamento no extrativismo, omissão dos organismos de fiscalização, sonegação fiscal. Ampla burla ao regime legal. Tendo como eixo deste trágico fenômeno a ineficiência da lei que vem colocando, em especial, o setor moveleiro em situação de atrofiamento e abandono dado a forma brutal como é tratada, a falta de senso político que provoca restrição administrativa e conseqüente falta de racionalidade para o aproveitamento da matéria prima que vem sendo retirada das nossas florestas.

Numa pequena empresa do setor moveleiro de Extrema, conversamos com o proprietário Senhor Flávio Wolkweif, (este sobrenome em alemão significa povo branco) que fez um relato desolador considerando a forma como vem sendo tratado o setor moveleiro que, segundo ele, seria responsável pelo aproveitamento de todo resíduo industrial das serrarias.

Vejamos por exemplo que para cada 100m3 de madeira em toras que entra no pátio de uma serraria, apenas 45m3 é aproveitado como madeira beneficiada, outros 45m3 são dados como resíduos (costaneiras e retalhos) e outros 10m3 são dados como cascas e serragem. Curioso nisso é que dos 45m3 de rejeitos ou resíduos que uma marcenaria leva para seu pátio e transformá-la em peças de mobiliários, apenas 2,25m3 recebem cobertura legal para que sejam comercializados, ou seja, apenas 5% do resíduo é considerado bom para aproveitamento, o restante deve ser destinado ao fogo.

Segundo Wolkweif, com a dinamicidade e criatividade da indústria moveleira, quase todo o rejeito seria aproveitado, ou seja, cerca de 90% seriam transformados em peças. “...Aqui na marcenaria fazemos aproveitamento de peças de 12x3cm utilizando tecnologia e mão-de-obra especializada, não entendemos por que esta política restritiva que despreza o setor...” atestou o empresário.     

O absurdo?

Há uma excêntrica burocracia nos organismos de fiscalização quais deveriam promover benefícios ao estado e ao setor produtivo, como resultado determina que os rejeitos e resíduos devam ser identificados (?) por espécie de madeira antes da saída do pátio das serrarias para depois então serem utilizados.

Oras, como se identificar resíduo por espécie?  Sendo que a marcenaria deve recolher sem distinção no pátio, não havendo possibilidade de seleção ou identificação. Tudo é dado como rejeito ou resíduo.

As SEDAM – Secretaria de Estado de Desenvolvimento Ambiental tem amplo conhecimento deste impasse, porém, não promove uma solução político administrativo conjuntamente com organismos federais e municipais, preferem deixar a indústria na berlinda quando seria necessário corrigir as distorções aumentando a cobertura legal do volume de material em aproveitamento (rejeito/resíduo).

Deveriam tirar esta formalidade injusta que obriga identificar um montante de subproduto para as serrarias, mas que nas marcenarias passam a ganhar valor abnegado com a agregação de serviços especiais, gerando empregos e divisas para o estado, além é claro de não haver poluição cujo ingrato destino é a queima absurda do nobre produto que inteligentemente se transformaria em pequenas, médias e grandes peças mobiliárias.

Lamentável ironia e falta de imaginação dos agentes públicos. Ausência de compromisso com nosso patrimônio natural e total desconhecimento da dura realidade vivida pelo setor moveleiro que tristemente se arrasta para sobreviver, assim como muitos outros setores.    

Por:  Ciro Andrade. 

REENCONTRANDO AMIGOS EM MIRANTE DA SERRA E URUPÁ









sexta-feira, 17 de setembro de 2010

UM PEDIDO PARA OLAVO BILAC

Certa vez um homem, conhecido do escritor e poeta Olavo Bilac, sabendo de sua capacidade e praticidade com a redação de textos, deixou um recado ao mesmo cujo qual dizia o seguinte:

“Sr. Bilac, estou precisando vender o meu sítio, que o senhor tão bem conhece. Será que o senhor poderia redigir o anúncio para o jornal?”

Olavo Bilac, de posse da solicitação, apanhou o papel e escreveu:

"Vende-se encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo, cortada por cristalinas e marejantes águas de um ribeirão. A casa banhada pelo sol nascente, oferece a sombra tranqüila das tardes, na varanda".

Meses depois, o poeta encontra o homem e pergunta-lhe se havia vendido o sítio.

- Nem pense mais nisso!!!

Disse o homem.

- Quando li o anúncio é que percebi a maravilha que tinha!!!

Conclusão:

Às vezes, não descobrimos as coisas boas que temos conosco e vamos longe atrás da miragem de falsos tesouros. Valorize o que você tem, os amigos que estão perto de você, o emprego que Deus lhe deu, o conhecimento que você adquiriu, a sua saúde, o sorriso.

Esta mensagem nos leva a refletir sobre nossas atitudes, sobre nossas buscas incessantes.

Quantas vezes sonhamos com coisas que não estão ao nosso alcance, se tivesse não seria tão importante assim...

Quantas vezes preferimos ouvir coisas ditas por alguém que nunca vimos ou ouvimos falar... Quantas vezes preferimos acreditar em alguém que jamais conseguirá provar tal argumento...

Quantas vezes nos iludimos com o ouro fora de nosso alcance, deixando de lado aquilo que representa bem mais valioso que o próprio ouro...

Portanto, não entregar ou deixar entregar aquilo que temos como valor local, NEM DEIXAR QUE SEJA DESVALORIZADO POR QUESTÕES MERAMENTE BANAIS.

Assim devemos fazer com nossos filhos, com nossas casas, nossos sítios e nosso voto.

Confiar naquele que pode estar do nosso lado, no dia-a-dia. Este pode ser o maior valor, quando muitas vezes não queremos sequer recebê-lo.

Por Ciro Andrade

sábado, 11 de setembro de 2010

O PROJETO DO FIM, O DECRETO À MORTE DO PLANETA.

 O que você vai ver agora, é o reflexo dos descasos do (dês)governo, e dos projetos políticos que insistem em continuar comandando nosso estado.

              Rondônia não pode parar!
                Realmente, agora paramos!
Que todos fizessem sua parte, a sociedade civil, os poderes municipal, estadual e federal.

Indo e vindo os veículos transportam o chamado progresso,  mas e a água que seria o essencial para a navegação,(???)
Todo o esforço para atracar a balsa é uma constante, ao fundo a draga trabalha incansavelmente para retirar areia do fundo do rio possibilitando a passagem...
A balsa faz longa volta em torno do banco de areia para poder encostar no atracadouro....
 
Distante da margem, podemos ver o cenário de tristeza e desolação, o leito completamente bloqueado pelo banco de areia, algo que parece passar despercebido pela grande maioria de insensatos...
A tristeza fere aqueles que conseguem assistir esta cena de horror.  O sol, mesmo que ofuscado pela fumaça, tenda dar luz aos homens, mas parece estar desistindo disso!!!
Alguém instruído para atender o capital, pode até não gostar deste conceito, mas na verdade estamos diante de uma grande cobrança....
As pessoas fotografam achando lindo aquilo que não tem a menos graça..
O sol insiste em fazer a parte dele, mas.... A única coisa que realmente o sol consegue fazer é clarear para que vejamos o tamanho do risco em que nos ameaça...


Imaginar que hum homem andaria de bicicleta pelo fundo do madeira, seria realmente uma loucura... A falta de água seria o próximo castigo???


Se o caminho pelas águas era o mais eficiente e barato, agora não é mais bem assim...

Afinal qual embarcação navegaria sobre areias?

A aflição durante o aguardo faz até os cães sentirem...

O destino de muitas pessoas está dependendo da sorte dada pelo meio ambiente. Apesar da visível cobrança, as pessoas ainda insistem em jogar o lixo de forma q ele vá parar dentro do leito do rio.

O tamanho da máquina é o mesmo  do desenvolvimento, mas o desastre, não terá tamanho de máquinas para reparar....

O transporte do progresso, o progresso da destruição.
Boi, boiada...
Combustível e derrubada...
É areia na estrada...
É noite, escuridão....

A fila anda e o progresso também, só não sabemos para onde.
 
E eu ali, testemunhando tudo aquilo, com vontade de chorar....

 Ciro andrade, 07 de setembro.
Dia da independência, que independencia é essa?


PONTA DO ABUNÃ CANTA FELIZ...

“Liberdade, liberdade, abra as asas sobre nós, e que a vós da igualdade seja sempre a nossa voz...”

Assim ecoa os clamores da independência pela Ponta do Abunã. Assim ecoa um chamado contínuo pela emergente democracia.

Está chegando o fim desta abominável aflição que vivemos desta indolente estagnação, desolado abandono.

É, quando as eleições chegaram eis que os abutres que sempre se alimentaram à custa dessa terra e dessa gente também apareceram. Quanta tristeza olhada de perto, deserto de oportunidades esvaídas pelas vazantes da falta de condições mínimas que deveriam fazer desta gente um tanto mais feliz.

Há uma sensação de que ficamos o tempo todo sendo vaticinados pelos urubus lá dos topos das árvores divertindo-se com os nossos sofrimentos e, que agora querem assentar nesta praça com ares de condolência. São os que torceram pela não emancipação, que fizeram coro com a desgraça. Que tentaram induzir a justiça a complicar o processo, que aliciaram a população a não comparecer ao plebiscito E SE DERAM MAL, muito mal.

Chegou a hora da virada, dar o grito de independência, romper as amarras do sofrimento. Chegou a hora de recorrer a nossa capacidade, pois a terra que nos sustenta e que por ela lutamos servirá como solo para prosperar nossos filhos e nossos destinos.

Vamos escolher nosso caminho e encurtar a distância entre o sonho e o real. Vamos fortalecer nossas pernas porque somos capazes de caminhar em direção ao progresso. Vamos ascender a chama da esperança e aquecer nela nossos corações explodindo dentro de cada um a saga de vencer, o desejo de tornarmos libertários de nossas próprias ações.

Liberdade, liberdade!!!

Que esta seja a voz de todos os cidadãos e cidadãs de Ponta do Abunã. Que seja esta a razão maior para justificar a nossa prática política, reconhecendo com a verdade a quem nos socorreu nos momentos difíceis e expurgar aqueles que tiveram a chance de nos ajudar e acovardaram-se ante seus interesses.

Não acreditamos mais nos “ Brutus” da política nem naqueles que batem no peito e dizem chutar o pau da barraca, pois este já provou para que foi eleito. Vamos confiar nosso voto em quem usa a democracia e a diplomacia como forma de estabelecer diálogos na busca constante das soluções que precisamos.

É chegada a hora, viva a Liberdade!!!

POR: CIRO ANDRADE

terça-feira, 7 de setembro de 2010

RIO MADEIRA PEDE SOCORRO E COBRA PELAS NOSSAS AÇÕES...

Ciro Andrade

Um dos maiores rios do planeta está ao centro de uma grande indagação.

Seria a cobrança da mãe natureza pela perversidade da ação humana?

Seria apenas um aviso diante do que virá nos próximos capítulos desta macabra história?

Se tivermos a sorte e conseguirmos assistir o que o Madeira desenha em seu leito. É sim uma tragédia programada, fundamentada pela prática tão contestada em nome do desenvolvimento econômico.

Pena que só acordamos para a triste realidade do dia-a-dia, quando acontecem estes desastres.

O Rio Madeira parece estar implorando por socorro quando expõe em seu leito entre dunas de areia apenas um fio de água que escorre timidamente.

A dragagem obrigatória e feita de maneira ainda mais criminosa e sem critérios avança para oportunizar a passagem de balsas carregadas com petróleo, madeira, bois e pessoas.

Tantas vezes fomos avisados que seria possível uma catástrofe. Tantas vezes fomos chamados a pensar sobre isso!!!

Agora, a reação da mãe natureza parece nos cobra caro. Parece que o rio está impedindo que haja mais avanço sobre a Amazônia, parece que está dizendo que não se pode mais continuar cometendo os crimes ambientais em nome do frágil desenvolvimento.

É difícil imaginar que logo abaixo se investem milhões de dólares para construir duas usinas hidrelétricas. Oras, e se não tiver água para atender este investimento?

E se não tiver água para Porto Velho?

Dá para imaginar Rondônia sem o Rio Madeira ???

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A CAMPANHA SEGUE











Fortaleza do Abunã é um distrito com um potencial turístico enorme e mal explorado por parte das autoridades municipais. Falta zelo e investimento neste lugar cuja natureza é abençoada por Deus. Estivemos ali, fazendo nossa caminhada e cada vez mais nos enchemos de orgulho em conhecer esse povo guerreiro e batalhador. Na volta, passamos pelas pedreiras para conhecer essa fonte de recursos econômicos da nossa região.